


o ouvirmos a palavra
pirâmide, logo nos vem à mente a imagem das três enormes construções
localizadas no planalto de Gizé, as quais formam, provavelmente, o mais
decantado grupo de monumentos em todo o mundo. Entretanto, os arqueólogos já
encontraram mais de 80 pirâmides espalhadas por todo o Egito. Qual era sua
finalidade e, principalmente, como foram construídas, são duas das mais
intrigantes perguntas de toda a história da humanidade e que, talvez, nunca
venham a ser respondidas ou, por outro lado, talvez venham a ter centenas de
respostas conflitantes, conforme o ponto de vista de cada um de nós. Aqui
vamos falar de todas as pirâmides e dos vários aspectos que as envolvem,
inclusive os místicos, mas as conclusões deixamos que você mesmo as tire.
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- GENERALIDADES

urante
o período de aproximadamente um milênio (entre 2630 e 1640 a.C.) os egípcios
construíram suas famosas pirâmides, dentre as quais três delas assombram o
mundo até hoje. A mais antiga que se conhece data da III dinastia e era
constituída por mastabas sobrepostas formando degraus. O idealizador deste
tipo de construção foi o sábio Imhotep, proeminente figura do reinado do faraó
Djoser. Essa é provavelmente a única pirâmide desse tipo que foi concluída. No
início da IV dinastia as pirâmides começaram a ser construídas com suas
paredes inclinadas e não mais em forma de degraus, sendo que as últimas datam
da XII dinastia.
-
AS MASTABAS

té
o final da II dinastia os túmulos dos soberanos e dos nobres egípcios eram
constituídos de uma câmara funerária cavada profundamente no solo, sobre a
qual se erigia uma estrutura baixa, de paredes verticais, de teto achatado,
com base retangular, construída com tijolos de lama cozidos ao sol, que
ficaram conhecidas com o nome de mastabas. Tais estruturas, no passar
dos anos, evoluíram: o material construtivo passou a ser a pedra; as paredes
passaram a ser ligeiramente inclinadas, formando uma pirâmide truncada; as
dimensões cresceram, inclusive em altura, com o acréscimo de vários andares em
degraus, até atingirem a forma piramidal.
AS PIRÂMIDES DE DEGRAUS

novando
totalmente em matéria de sepulcros, o faraó Djoser, da III dinastia, cujo
reinado se estendeu aproximadamente entre 2630 e 2611 a.C., encarregou seu
primeiro ministro e arquiteto Imhotep de construir um túmulo totalmente em
pedra, material que até aquela época era usado apenas em partes isoladas das
construções. Superpondo seis mastabas progressivamente menores, o genial
arquiteto ergueu uma pirâmide de degraus. O local escolhido foi uma extensão
de terras elevadas em Saqqara, a sobranceiro da cidade de Mênfis, próximo do
grande cemitério de mastabas que havia sido usado no decorrer das duas
primeiras dinastias. Posteriormente, outros faraós da mesma dinastia também
ergueram pirâmides em degraus, embora menos majestosas.
A PIRÂMIDE TORTA
primeiro faraó da IV
dinastia, Snefru, que reinou aproximadamente entre 2575 e 2551 a.C., mandou
erguer na localidade de Dahshur uma pirâmide que se tornou única, entre tantas
construídas, em função da forma final que acabou tendo. Inicialmente a obra
fora planejada para ser uma pirâmide verdadeira. Entretanto, houve uma redução
abrupta no ângulo de inclinação das suas faces externas, num ponto um tanto
acima da metade da altura prevista para o monumento, o que alterou a sua forma
piramidal. O resultado final fez com que atualmente essa construção seja
conhecida como pirâmide torta, falsa, romba, romboidal
ou rombóide.
A PIRÂMIDE DE KÉOPS

egundo
faraó da IV dinastia, Kéops, cujo reinado se estendeu de 2551 a 2528 a.C.
aproximadamente, talvez influenciado pelo tamanho da pirâmide erguida por seu
pai Snefru, escolheu um planalto situado nas bordas do deserto, mais ou menos
a oito quilômetros de Gizé, e ali ergueu uma pirâmide de dimensões ainda
maiores. Conhecida como a Grande Pirâmide ou Primeira Pirâmide de Gizé, esse
monumento marca o apogeu da época de tais construções, tanto no que se refere
ao tamanho quanto no que se refere à qualidade do trabalho. Tendo uma base que
cobre quase 53 mil metros quadrados, esse é, sem dúvida, o monumento mais
polêmico de toda a antiguidade egípcia e a única das Sete Maravilhas do Mundo
que chegou até nossos dias.
A PIRÂMIDE DE KÉFREN

faraó Kéfren (em egípcio Khaef-Re), irmão de Kéops e quarto rei da IV
dinastia, reinou entre 2520 e 2494 a.C. e mandou construir o monumento que
hoje é, em tamanho, a segunda maior pirâmide do Egito antigo. Imponente, era
revestida de pedra calcária e granito vermelho e os antigos egípcios deram-lhe
o nome de Grande é Kéfren e também chamavam-na de A Grande Pirâmide.
No seu interior foi achado um sarcófago com dois metros e 43 centímetros de
comprimento por um metro de largura e 68 centímetros de profundidade, mas o
corpo do rei não foi encontrado. Nas proximidades do monumento, um conjunto
rochoso foi aproveitado para que nele se esculpisse a famosa esfinge, cuja
cabeça representa a face do faraó.
A PIRÂMIDE DE
MIQUERINOS

esde
o século I da nossa era que a terceira dentre as mais famosas pirâmides do
mundo teve sua construção atribuída a Miquerinos (em egípcio Men-kau-Re),
filho de Kéfren e quinto soberano da IV dinastia, cujo reinado se estendeu de
2490 a 2472 a.C. No século XIX descobriu-se seu nome escrito com ocre vermelho
no teto da câmara funerária de uma pirâmide secundária do conjunto de
monumentos a ele atribuídos, confirmando-se, assim, a informação que havia
sido dada por Heródoto. Ela ocupa menos de um quarto da área coberta pela
Grande Pirâmide, mas mesmo assim seu tamanho é considerável e sua altura
atingia mais de 66 metros, o que corresponde a de um prédio de 22 andares.
AS OUTRAS PIRÂMIDES

lém
das três famosas pirâmides de Gizé e de mais algumas também bastante
conhecidas, como a do faraó Djoser e a chamada pirâmide torta, dezenas de
outras foram erguidas ao longo dos séculos pelos antigos egípcios. A pirâmide
vermelha, que leva esse nome porque nela foi empregado um calcário rosado; o
complexo funerário de Sahure, dotado de um elaborado sistema de drenagem das
águas pluviais e cujos relevos mostram a partida de navios para uma terra
distante; o monumento de Wenis, que se destaca por nele terem sido encontrados
os mais antigos textos das pirâmides que se conhecem, são apenas alguns
exemplos. A lista completa já conta com mais de 80 exemplares. Veja nessa
seção detalhes sobre a maioria dessas obras surpreendentes.
OS TEXTOS DAS
PIRÂMIDES

s
assim chamados textos das pirâmides são uma coleção de
encantamentos reunidos sem uma ordem fixa determinada, não formando, portanto,
uma narrativa contínua. Eles foram encontrados nas pirâmides dos seguintes
faraós: Wenis, da V dinastia; Teti, Pepi I, Merenre e Pepi II, todos da VI
dinastia; Ibi, da VIII dinastia e nas pirâmides de três rainhas do faraó Pepi
II. A maioria das inscrições ocorre em mais de uma pirâmide, mas poucas são
repetidas em todas as pirâmides nas quais tais textos são encontrados. Na
pirâmide de Wenis, por exemplo, existem apenas 228 inscrições de um total já
conhecido que excede setecentas.
PORQUE FORAM
CONSTRUÍDAS

túmulo para um egípcio antigo era o seu castelo
da eternidade e deveria durar para sempre. Eles acreditavam que a
sobrevivênvia após a morte dependia em primeiro lugar da preservação do corpo
físico. Além disso, todo material que se fazia
necessário para o corpo e para o ka do morto deveria ser suprido ao
longo dos anos após a morte. Tais crenças levaram os antigos egípcios a
dedicarem atenção especial à edificação de seus túmulos. E embora o formado
dos sepulcros possa ter mudado ao longo do tempo, seu propósito fundamental
permaneceu o mesmo ao longo dos 3000 anos da história egípcia.
COMO FORAM
CONSTRUÍDAS

ão
foram encontrados registros pictóricos ou textuais que expliquem como as
pirâmides foram planejadas e construídas. O estudo detalhado dos monumentos e
o conhecimento crescente dos meios disponíveis na época tornaram possível
determinar muitos detalhes construtivos. Várias questões, entretanto,
continuam sem solução e, nesses casos, as respostas sugeridas baseiam-se
apenas na crença de que através dos meios propostos poderiam ser atingidos os
resultados que são observados hoje em dia. Além da visão clássica do problema,
várias tentativas de explicações alternativas têm surgido ao longo dos tempos.
CRENÇAS FUNERÁRIAS
Os egípcios acreditavam que todo ser humano é formado
por quatro elementos: o ba, uma espécie de alma; o ka, ou
"duplo", réplica imaterial do corpo; o khu, centelha do fogo divino; e
o kat, ou seja, o corpo. Acreditando numa vida após a morte, entendiam
que esses quatro elementos precisavam ser preservados depois do falecimento do
indivíduo. O ba e o khu, sendo elementos espirituais, precisavam
apenas de orações. O corpo, por ser a moradia do ka, tinha que ser
preservado e protegido. Em consequência, o túmulo, casa do morto, devia ser
mantido intacto para todo o sempre e permitir-lhe uma vida agradável e
semelhante à existência terrena.
