Faraós



O Antigo Egito era governado por faraós que, além de monarcas, eram considerados deuses. Esses reis são divididos em dinastias que se sucederam nas várias épocas da história egípcia.

O Egito foi dividido em dois: o Baixo Egito, ao sul (delta do Nilo), mais poderoso e ligado ao comércio e o Alto Egito, ao norte, essencialmente agrícola. Durante as primeiras dinastias, os mandatários do Baixo Egito usavam uma coroa vermelha e os do Alto Egito uma coroa branca. A coroa azul era usada como escudo de guerra.
 

Coroa vermelha do Baixo Egito

Coroa branca do Alto Egito

Coroa da unificação do Alto e do Baixo Egito

  

Coroa azul usada durante as guerras  

Um dos primeiros faraós a ser desvelado para o mundo atual foi Menes (sua tumba foi descoberta em 1897).

Os monarcas casavam-se com membros da própria família real porque não queriam dividir o poder com outros clãs. Thutmose II, um faraó egípcio que viveu em 1500 a.C., casou-se com sua meia-irmã Hatshepsut. Entretanto, o faraó teve um filho, Thutmose III, com uma outra esposa; quando Thutmose II morreu o filho dele, Thutmose III se tornou faraó. Porém, Hatshepsut foi designada regente por causa da pouca idade do menino (um regente era alguém que governava para um monarca se ele não tivesse idade para o cargo).

Hatshepsut e Thutmose III governaram juntos até que Hatshepsut se declarou faraó. Vestida em trajes masculinos, Hatshepsut administrou os negócios da nação.

Thutmose III revoltou-se e tomou o trono a força, matando Hatshepsut e destruindo todos os santuários e estátuas que homenageavam a antiga governanta.

Akhenaton e sua rainha Nefertiti implantaram o monoteísmo no Egito, entre 1352 e 1336 a.C., obrigando a adoração a Aton, o deus do sol. Eles construíram grandes estátuas a Aton e ordenaram que estátuas que honrassem qualquer outro deus fossem destruídas. Após a morte do casal real, o politeísmo voltou a tona.

Tutankhamon só tinha nove anos quando se casou com a filha de Akhenaton e Nefertiti. O “rei menino” nunca se tornou um “rei adulto” porque morreu devido a uma pancada na cabeça provocada, provavelmente, por disputas pelo trono real.

Sob o domínio dos Romanos, cabe ressaltar a mais famosa rainha do Egito, Cleópatra VII.
 


Akhenaton (Amenófis IV)

Quando Amenófis IV recebeu a coroa ele se deparou com um excessivo poder clerical. Os sacerdotes de Heliópolis desejavam que Rá fosse o deus-supremo de seu reinado; os hierofantes de Mènfis, por sua vez, desejavam Ptah e os de Tebas, Amon. 

Amenófis IV, tentando neutralizar o poder religioso dos sacerdotes, não escolheu nenhum dos deuses sugeridos, mas sim, um deus até então secundário, ATON ("Raios do Sol"). 

O conflito com os sacerdotes de Amon foi tão grande que Amenófis IV muda a capital do Egito e confisca todos os bens dos templos de Amon e repassa-os para Aton. Ele próprio muda seu nome, retirando Amon (Amenófis IV) e colocando Aton (Akhenaton)

Akhenaton (também chamado de Ikhnaton) governou de 1379 a 1362 a.C. A rainha dele, Nefertiti (também chamada de Nofretete), era um das mulheres mais famosas na história egípcia. Ao morrer, ele foi substituído pelo menino-rei Tutankhamon. 


Akhenaton,   Nefertiti e suas filhas
prestando homenagem a ATON (deus-Sol)

As reformas propostas por Akhenaton visavam a implantação do monoteísmo (crença em um Deus único) no Egito, em substituição ao panteão de deuses até então existentes. Imagens e inscrições de outros deuses foram todas destruídas, além do mais, a transferência da capital do país de Thebas para Akhetaton, foi uma forma de pressionar o povo a abandonar o politeísmo.

As reformas de Akhenaton  não sobreviveram por muito tempo. Todo o tempo dele era dedicado à implantação das mudanças religiosas ocorrendo, daí,  uma desintegração do Egito como império.  Isto, combinado com a oposição dos sacerdotes politeístas, provocou o enfraquecimento de seu reinado.

Depois da morte de Akhenaton,  a capital do país voltou a ser  Thebas, bem como, os deuses anteriores reestabelecidos. 

Cabe ressaltar que ATON, idealizado por Akhenaton,  foi o primeiro deus verdadeiramente ecumênico, não apenas dos egípcios, mas de todos os homens. Em última análise, Akhenaton tinha uma visão mais holística que Moisés, que pregava uma deus único pertencente aos hebreus somente. 

Akhenaton é considerado o fundador da Ordem Rosacruz (links).

 

Cleópatra VII

Cleópatra VII (69-30 a.C.), rainha de Egito foi uma das mulheres mais fascinantes de todos os tempos. Ela tinha grande inteligência e beleza, usando-as   politicamente em favor do Egito. Cleópatra assumiu o trono em 51 a.C. 

Em 48 a.C. César desembarcou no Egito em perseguição ao sue rival, Pompeu. Quando Cleópatra soube que César estava em seu palácio em Alexandria, ofereceu um tapete como um presente.

Cleópatra  teve com César um filho chamado de Caesarion, que  significa "pequeno César". Quando o César voltou a Roma, ela o seguiu com o bebê e morou na vila de César fora de Roma onde ele constantemente a visitava. 

Cleópatra voltou ao Egito, em 44 a.C., após o assassinato de César. Cleópatra nomeia seu filho Caesarion como novo faraó após a morte do regente egípcio, provavelmente envenenado por ela. 

O Império Romano foi tomado pela guerra civil que se seguiu após a morte de César. Marco Antônio, sucessor no trono romano, chamou Cleópatra para responder sobre um suposto auxílio que ela estava dando aos seus inimigos. A rainha egípcia chegou, vestida como Ísis,  numa barcaça magnífica; ela deu boas-vindas a Antônio com festas e entretenimentos. Fascinado por ela, ele a seguiu até Alexandria. 

Depois de um inverno festivo com Cleópatra, Marco Antônio voltou à Roma. Ele se casou Octávia, irmã de Octaviano (depois chamado de Augustus), contudo, ele ainda amava Cleópatra. 

Octaviano descobriu a relação entre Marco Antônio e Cleópatra e declarou guerra aos dois. Marco  Antônio e Cleópatra juntaram 500 navios, que ficaram bloqueados por Octaviano ao largo da costa oeste da Grécia, em 31 a.C., fato este, conhecido como Batalha de Actium. 

Cleópatra escapou do bloqueio e Marco Antônio a seguiu, mas a frota deles se rendeu. No ano seguinte, Octaviano atacou Alexandria e novamente derrotou os dois. 

Marco Antônio morreu nos braços de Cleópatra e ela, após, cometeu suicídio através da picada de um serpente venenosa. 

 

Tutankhamon


Máscara Mortuária

Ele só tinha 18 anos quando morreu. Tutankhamon (originalmente Tutankhaton) deve sua fama principalmente ao fato da  descoberta de sua tumba completamente intacta em 1922. Os artefatos notáveis da tumba, inclusive a máscara dourada, está à mostra no Museu egípcio do Cairo. 

Tutankhamon era possivelmente o filho de Amenófis III, um rei de 18° Dinastia, e de sua esposa Tiy. Tutankhamon se tornou o rei depois da morte de Akhenaton o reformador religioso que morreu em 1362 a.C. Ele se casou com Ankhesenpaaton, a terceira filha de Akhenaton. para solidificar a sua reivindicação ao trono. 

A morte de Tutankhamon foi súbita e surpreendente,  não deixando nenhum herdeiro. Ele foi enterrado no Vale dos Reis, em  Luxor. 

Ankhesenpaamon, viúva de Tutankhamon, manda uma carta para o rei hitita Suppiluliuma onde relata suas preocupações:

"... o meu consorte morreu sem deixar herdeiros. Tu, pelo que se diz, tem muitos filhos. Se aceitas enviar-me um dos Teus filhos, Ele será o meu esposo e o Rei do Egito.  Jamais me sujeitarei a desposar um dos meus servos e tenho medo dos demais ..."

Zannanza, filho do rei hitita, foi enviando para casar com Ankhesenpaamon mas foi morto ao ingressar em terras egípcias. Como o prazo de setenta dias necessários para o sepultamento de Tutankhamon tinham se passado e não havia nenhum herdeiro legal, Eje, o sumo-sacerdote do reino, casou-se com a viúva assumindo o trono do Egito. Da mesma forma, ele reinou por pouco tempo (quatro anos).

Das 60 tumbas conhecidas no Vale dos Reis só a de Tutankhamon não foi descoberta e seus tesouros roubados. Não foi descoberto mais cedo em parte porque o nome dele, junto com o de outros faraós da mesma dinastia, estava ausente das listas reais da  19ª dinastia.